Táticas de CQB - Close Quarter Battle (ambiente confinado)
Posted by : Unknown segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Táticas de CQB - Close Quarter Battle (ambiente confinado)


MOVIMENTAÇÃO TÁTICA - CQB (Close Quarter Battle)

Entenda-se, pois, que o Combate/Confronto em Ambiente Fechado nada mais é do que a ação conjunta e tática de grupos – especializados e devidamente treinados para tanto – em locais onde o elemento surpresa é preponderante.


Os ambientes internos desfavorecem tais operações, pela quase sempre falta prévia de conhecimento da planta do local, inexistência de cobertura, pequeno espaço nos cômodos para movimentação e principalmente a ampla possibilidade de
emboscada. São construções, residências, vielas estreitas, escadarias, etc., onde a visibilidade é diminuída por obstáculos tais como muros, paredes, portas, janelas, e tudo quanto ao mais impossibilite a plena visão periférica do local.

 Em situações tais, prevalecerá sempre o bom senso, a higidez mental e física, e mais do que tudo, as aplicações técnico-táticas de seu aprendizado e treinamento constante. O Jogador age não isoladamente, mas com mentalidade de grupo, com força de um time que antecipará, sempre, todos os movimentos da própria equipe e da força adversária.
Como ponto inicial, a POSTURA do jogador necessita de um enfoque todo especial. Em situais CQB, deve-se adotar uma postura ofensiva, o que certamente virá a tornar o tempo de reação do operativo muito menor em relação a qualquer situação. O marcador deverá estar seguro por ambas as mãos, na altura dos ombros/olhos, fazendo-se a mira normal de combate. Os dois olhos abertos permitirão que o jogador tenha uma visão completa de todo o limitado perímetro, fazendo uma varredura em todas as direções, na altura das miras de seu marcador, o que se chama de "tática do terceiro olho".

 Deve ser lembrado que, ao se passar por vãos, janelas, portas ou quaisquer tipos de abertura, deverão o jogador retrair o marcador, trazendo-a junto ao seu corpo, ainda em postura ofensiva, evitando que por deslize ela lhe seja arrancada das mãos por um oponente escondido do outro lado.

 É primordial esta postura ofensiva, evitando-se os fantasiosos estilos de combate de filmes "enlatados", onde se vê o completo descaso de atores em arremedos de policiais, mantendo armas em seus coldres abertos, ou apontadas para baixo, para cima ou para os lados. Tais posturas – ditas defensivas – podem ter emprego em outras situações que não sejam CQB, mas deixam a desejar quanto à necessidade de sobrevivência do jogador.

 A MOVIMENTAÇÃO do jogador em sede de CQB deve ser feita com extrema cautela, no maior silêncio possível, preferencialmente com comunicação visual (gestos preestabelecidos) entre a equipe. Deve-se evitar o cruzamento das pernas ao andar, o que poderá ocasionar perda de equilíbrio em um momento crítico.

Passos seguros, silenciosos e firmes são recomendados, acobertados o operativo por paredes, barricadas ou escudos. Deve-se evitar o uso de bonés ou chapéus de abas largas, que impossibilitem um deslocamento seguro. Utilizando-se bonés, devem estar com a aba voltada para trás, facilitando a visão e o deslocamento.


Operantes das Forças Especiais em treinamento de tiro em movimento

Movimentando-se em CORREDORES e VIELAS, a atenção do Time deve ser redobrada. Não existe muito espaço, e a possibilidade de proteção se torna restrita. A existência de uma rota segura de fuga será praticamente nula. A flexibilidade de movimentos e a rapidez em se ultrapassar tais locais são questões importantíssimas para a sobrevivência do Time.
Em manobras desse tipo, os times (formados por dois, quatro, seis ou, no máximo, oito elementos) devem estar compactos, formando um verdadeiro "caminho de cobra", uma fila (ou duas, dependendo da largura do local) em que o primeiro elemento estará dando proteção aos demais, que estarão "escondidos" atrás de seu próprio corpo. A reação do elemento de frente, em face de qualquer ato de agressão do(s) oponente(s) deverá ser imediata, efetuando uma verdadeira "barragem" de disparos que venha a facilitar um seguro posicionamento dos demais integrantes do time.
Nestas situações, é aconselhável que o elemento de frente esteja portando equipamento de alto poder de disparo (eletrônica), sendo desaconselhável para seu uso marcadoras mecanicas, pela baixa cadência de disparos. Entretanto, estando o primeiro elemento usando um escudo balístico, pode posicionar-se defensivamente, dando proteção aos companheiros de trás.

Ao último integrante do time, que estará fechando o "caminho de cobra", é dada a missão de garantir a segurança de todos contra eventual ataque ou emboscada pelas costas do esquadrão. Deverá este "elemento-segurança" do time avançar de costas, visualizando a parte de trás do ambiente já percorrido. Para tanto, deverá empreender treinamento árduo neste sentido. Uma boa técnica é aquela em que encostará suas próprias costas nas costas do companheiro logo a sua frente, permitindo não perder o contato com o time, mantendo assim sua compactação.
Os demais componentes do Time, que estarão no meio do "caminho de cobra" deverão estar, portanto suas armas nas mãos, trazendo os braços junto ao peito, em "postura ofensiva de espera”.

Em escadas, é sempre mais fácil combater de cima para baixo, pois se perde muito menos tempo descendo uma escada do que ao subi-la. Além do mais, o jogador poderá fazer com que o oponente tenha uma via de escape, proporcionando a sua captura por outros jogadores aliados que eventualmente estejam do lado de fora do prédio. Subindo, o jogador irá encurralar o oponente, forçando-o a enfrentá-lo. Assim sendo, em havendo opção, o jogador deve realizar a busca descendo a escadaria. 

É importante salientar que muitas escadas possuem cortes de ângulos retos, o que dificulta a visualização do que está por trás. Desta forma, faz-se mister utilizar as técnicas já descritas para se operar com maior segurança, devendo-se sempre manter a arma como o seu "Terceiro Olho".

 Durante confrontos armados, especialmente em situações de combate em recintos confinados, o controle sobre e a retenção do seu marcador é de suma importância. Todo atirador sabe que, durante qualquer situação envolvendo o manuseio de armas, devemos estar 100% cientes para onde está apontado o cano do nosso marcador. Todos nós fomos ensinados a manter nossos marcadores apontadas em uma direção segura, ou seja, apontada para o chão em um ângulo de 45 graus (Posição Sul).

Combatente em patrulhamento, portando seu armamento em condição tática - Posição Sul

Quem já não se pegou expondo seu marcador através de portas ou quinas, onde seria muito fácil para alguém com um pouco de convicção desarmá-lo? E os nossos bravos guerreiros que fazem parte de grupos de operações especiais, quantas vezes já se enfileiraram em frente de uma edificação prontos para efetuar uma entrada tática e viram o cano do marcador de um colega apontado para as costas, ou pior para a cabeça de outro parceiro (o efeito dos filmes de ação e suas "táticas" hollywoodianas de portar armas)?

Muitos treinadores passaram anos falando para seus alunos tomarem cuidado sobre onde apontarem as suas armas, mas ninguém realmente tentou desenvolver uma posição melhor e mais segura. A resposta para esta posição mais segura muito bem pode ser a Posição Sul.

Observação: Apesar de ser uma técnica válida, não recomendamos aos jogadores de Paintball que agarrem, ou tentem agarrar os Marcadores dos Adversários, sob riscos de serem alvejados à queima roupa, o que poderia promover traumas severos e permanentes.

 Existem duas técnicas mais adequadas às situações de rotina, que devem ser preferidas às "entradas dinâmicas". São elas a "Israeli Sweep" e "Quick Peek". 

 Varredura Israelense ("Israeli Sweep")
Também chamada de "Slicing the Pie" (fatiando a torta), consiste em utilizar-se o "terceiro olho", onde o operativo deve se esgueirar em postura ofensiva rente à parede, estancando a um metro da porta ou entrada. Então, bem devagar, deverá se deslocar para o lado, passo a passo, visualizando cada vez mais o ambiente interno do aposento que se pretende adentrar, aumentando seu ângulo de visão até obter a varredura do todo o perímetro. É uma técnica muito segura – embora lenta - que permite o retorno imediato a um local de segurança em caso de imprevisto.

 Quick Peek
É mais rápida e arrojada, porém menos segura. O Jogador que a adotar deverá possuir excelente visão, acima do normal, e agilidade especial. Consiste em posicionar-se o operativo atrás de uma parede que ladeie a porta ou entrada, bem rente desta, e jogar rapidamente a cabeça para fora da proteção, visualizando o local, retornando imediatamente à segurança. Se necessária for uma nova espiada, a posição do operativo – por razões óbvias de segurança – deverá ser outra. Se fizer a primeira em pé, deverá repeti-la agachados, evitando assim denunciar a sua localização para o oponente.

 O momento crucial de qualquer operação CQB é aquele em que antecede a entrada em outro aposento. Usualmente, não se sabe que tipo de obstáculo, construção ou localização de móveis se encontrará do outro lado. A possibilidade de um ou mais oponentes estarem alojados em tal cômodo, à espreita, é uma possibilidade. Deve-se, na maioria das vezes, evitar uma "entrada dinâmica". Estas entradas têm sua aplicação em casos especialíssimos, onde a ação deva ser rápida, de varredura, busca acerto e incapacitarão do oponente, sabendo-se de antemão o seu número, localização e disposição do ambiente físico a ser encontrado, mesmo assim com alto risco.

Após obter a visualização completa do ambiente a ser penetrado, chega-se a fase de efetiva ENTRADA no aposento. Duas técnicas são utilizadas hoje pela maioria dos grupos especializados em CQB: a denominada "Israeli Limited Entry" (Entrada Limitada Israelense) e a "Crisscross" (Entrada Cruzada). 

 Israeli Limited Entry
Pressupõe-se que, após a visualização inicial, tenha-se verificado com quase 100% de certeza que o cômodo esteja vazio. Neste caso, o operativo deverá utilizar-se de uma entrada rápida, posicionando apenas a cabeça e o tronco fora da proteção, visualizando o ambiente, assim ficando até fazer a varredura – com o marcador e utilizando-se da técnica do "terceiro olho" – do local. Após a confirmação de que está "limpo", nele adentrar, e prosseguir na operação.
Entretanto, a técnica mais utilizada e mais eficaz é a conhecida como "Crisscross".
Operantes em ação de combate, realizando uma entrada tática ao moldes do Israely Limited Entry

Crisscross
Deve ser realizada aos pares, nunca individualmente. Consiste na entrada rápida e fulminante de dois, quatro ou seis jogadores no aposento, cada par aproximando-se de lados opostos da entrada, em situação de postura ofensiva e em segurança. Após a varredura inicial (visualização feita por ambos em qualquer um dos métodos indicados) devem penetrar no ambiente, cruzando-se na entrada, posicionando-se em lados opostos, com as costas na parede, varrendo efetivamente todo o local. Caso seja a técnica executada por dois ou três pares de Jogadores, o primeiro par deverá adentrar o recinto e posicionar-se rente ao chão, agachados, permitindo que as demais duplas possam fazer a cobertura pelo alto e por trás.




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